Você insiste
Colocando-te na escuridão
Sentindo-se logrado.
Apesar de mim
Vai-te brilhar toda euforia
Aos novos raios, o galo há de cantar
Ao sorrir do teu novo dia.
Sobre todo teu sofrimento
Venho pagando com juros,
Pois da culpa não se pode fugir.
Anime-se, por chegaste o momento.
Apesar de mim
Teu amor, não o reprimas.
Grites aos quatro ventos,
Pois, para ti, há de nascer novos dias.
Sobre débitos ainda,
Do preço não fizeste desconto.
A réplica da tua dor eu pago
Da sua existência, a minha saída.
Apesar de mim
O pranto e a lamúria,
Ao rolar de cada lágrima, seu fim terá,
Com o chegar de um novo dia
Inventaste eu, também, a tristeza.
Culpado eu sou
Nem ao menos poderei desfazê-la
Tamanha foi a minha indelicadeza.
Apesar de mim
Não te preocupas
Esbanjarás tulipas com teu sorriso
Rosas serão suas palavras
Em verdade digo a ti:
Se na amargura da solidão
Hei mesmo de perecer
Não irei reclamar de ver teu jardim.
Lá do seu interior
Espero que brote a risada
Se mal me queres
Tua fortuna será realizada."
Alberto Santana de Vieira.
Dizem que Alberto S. V. escreveu este poema depois de ler uma carta de sua ex-amada clamando que ele era o pior dos trastes, o causador da sua ruína, o mais vagabundo dos vira-latas, o demônio mais pútrido depois de lha partir o coração.
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